quinta-feira, novembro 18, 2004

Novas competências para o professor

"As novas tecnologias colocam o professor perante a necessidade de adquirir um conjunto diversificado de competências e conhecimentos que incluem uma compreensão do seu papel nas várias áreas da actividade social, um conhecimento das suas possibilidades e limitações como instrumentos educativos, a capacidade de encontrar, seleccionar e usar na aula programas já feitos. A capacidade de ler, escrever e adaptar programas simples não é indispensável mas pode ajudar.
(...)
Os professores só usarão o computador na sala de aula quando tiverem o equipamento disponível, a formação adequada, sugestões curriculares coerentes em termos de objectivos e tarefas e o necessário suporte de retaguarda. Não se pode esperar que estas coisas surjam por geração espontânea. As iniciativas das próprias escolas, criando as estruturas de apoio adequadas, são a base essencial deste desenvolvimento. Mas estas iniciativas têm de ser devidamente encorajadas e enquadradas, cabendo neste domínio grandes responsabilidades à política e administração educativas."
PONTE, João Pedro da Ponte (1997). As novas tecnologias e a educação. Lisboa: Texto Editora.

terça-feira, novembro 16, 2004

(+) uma sugestão de leitura


“A sociedade digital, caracterizada por uma evolução tecnológica acentuada e por alterações frequentes na economia e no mercado de trabalho, tem imposto novos paradigmas na área da educação e da formação. Hoje reconhece-se inequivocamente a importância da formação ao longo da vida como factor principal na estabilidade profissional do indivíduo inserido no mercado de trabalho. É neste contexto que surge a necessidade de compreender melhor o e-Learning explorando dois aspectos indissociáveis: o Aprender e o Ensinar.
No passado, a educação a distância procurou responder a solicitações de aprendizagem impossíveis de serem asseguradas pelo ensino presencial eliminando apenas as barreiras geográficas e temporais. Hoje em dia é fundamental conceber soluções de e-Learning que: flexibilizem o acesso aos recursos de aprendizagem (qualquer sítio, qualquer hora); implementem estratégias pedagógicas adequadas a uma melhor aprendizagem; disponibilizem experiências com casos reais; suportem relações de cooperação; ajudem a aprendizagem apoiando-se nas tecnologias de informação e comunicação mais recentes e sobretudo mais eficazes.”



LIMA, Jorge Reis, CAPITÃO, Zélia. E-learning e e-conteúdos.Colecção Sociedade de Informação

Esta vida de professor...

Para começar, deixo-vos aqui algumas partes de um livro que gosto particularmente. Se tiverem tempo leiam o livro (só mais um!). Muitos de vocês vão rever-se certamente em algumas situações descritas e que reproduzem fielmente aquilo que muitas vezes pode acontecer numa sala de aula.
Espero que gostem.
"Quando anunciamos, num belo dia de Primavera - pois é preciso fazê-lo com antecedência -, que pretendemos leccionar no secundário, o nosso primeiro espanto é descobrir quanto as pessoas que nos rodeiam gostam de nós e querem poupar-nos dissabores:
- O quê! Tu estás doido? Os alunos hoje em dia são infernais. Renuncia a essa ideia! (...)
Não lhes ocorre [aos parentes e amigos] que escolhemos uma via que nos atrai: o ensino e o contacto com as crianças. Respondemos a um apelo interior. (...)
Descobrimos, então, que estamos rodeados por especialistas em pedagogia e educação. (...)
- Mostra-te duro! Não te deixes apanhar pelos teus alunos.
- Se os deixas pisar-te os calos, eles tornam-te a vida impossível. Faz-te respeitar! Castiga-os severamente, desde a primeira aula. (...)
Fazer-se temer, impor a distância, não se deixar aproximar pelos alunos, bater se necessário, então é para isso que queremos ser professores? É realmente a tranquilidade que nos leva a ensinar? Receamos a tal ponto as crianças e as suas turbulências? Sendo assim, ainda estamos a tempo de renunciar e dizer aos nossos amigos que lhes pregámos uma boa partida."

HOUOT, Bernard. Esta vida de professor. Edições Asa
Ao fim de vinte e dois anos passados na indústria, mesmo tendo um coração de "prof", Bernard Houot decide tornar-se professor. Desta experiência invulgar, Bernard H. faz-nos um relato apaixonante, entremeado de episódios anedóticos, e no qual defende a ideia de que a escola deve dotar-se de meios de qualidade, uma qualidade baseada sobretudo numa organização menos pesada e mais humana.
Nascido em 1944, antigo aluno da Escola Politécnica, Bernard H., engenheiro, pai de três filhos, exerce actualmente funções de conselheiro técnico para o sucesso escolar na cidade de Lyon.
E vocês... por que é que um dia decidiram ser professores?
Blog@qui os teus pensamentos.