segunda-feira, janeiro 17, 2005

Learn by doing e peer cooching

"Se há actualmente uma buzzword no que se refere à formação, ela é, sem dúvida, learn by doing, conceito que se prende com inúmeros estudos realizados sobre a eficácia dos níveis de retenção. Considerando que retemos, em média, 5% do que ouvimos, 10% do que lemos, 30% do que vemos, 50% do que debatemos/discutimos em grupo, 75% do que executamos e 90% do que ensinamos aos outros (NetLearning 102), não é de estranhar que neste campo tão recente da Internet se dê hoje cada vez mais ênfase às estratégias de formação, que, por sua vez, implicam uma maior atenção às abordagens a privilegiar, concretamente, a aplicação prática ou hands-on experience.
Por outro lado, estudos e inquéritos têm permitido concluir que, sobre­tudo no que respeita aos professores, eles estão ávidos de formação, mas de uma formação dada por colegas (peer coaching) versados nas matérias, não por especialistas totalmente desligados do ensino. Porquê? Porque ambos são profissionais do mesmo ramo, interessados no mesmo processo, conhecedo­res 'por dentro' dos problemas que afligem a escola e os alunos. E porque ambos falam a mesma linguagem, de que resulta uma entreajuda muito mais produtiva e resultados finais bem mais positivos.
Embora não possua dados concretos no que diz respeito a alunos, por isso mesmo baseando-me unicamente na minha experiência profissional, creio não estar muito longe da verdade se disser que sensivelmente o mesmo se pode apli­car aos estudantes. Não é verdade que a nossa experiência de professores nos mostra que um aluno entende muito melhor uma explicação dada por um colega do que pelo professor? Estou em crer que em matéria de formação infor­mática seria talvez desejável e preferível ter alunos a formar outros alunos, possi­velmente com um professor por perto pronto a prestar qualquer auxílio pontual.
Se aceitarmos que ". . . the deepest learning happens when one attempts to teach newly learned skills to another" (Serim e Koch 103), parece­-me importante agarrar esta ideia 'com unhas e dentes' como forma de ir em 'busca da excelência' de que tanto se volta a falar e que defendo a cem por cento; e como forma de agarrar conhecimentos e recursos humanos impres­cindíveis que poderão produzir uma nova geração de 'master teachers/trainers' tão necessária num futuro talvez mais próximo do que pos­samos pensar. Futuro esse que passa pelos "trabalhadores do saber" (expressão usada pelo Prof. António Dias de Figueiredo), ou knowledge workers, pessoas versadas nas telecomunicações, bem informadas, conhecedoras e com capa­cidade de avaliar a informação disponível de uma forma crítica. "
D'EÇA, Teresa Almeida. "Net Aprendizagem. A Internet na Educação". págs. 107-108. Porto Editora:1998

2 Comments:

At 12:16 da manhã, Blogger Elisa de Castro Carvalho said...

Para quem quiser conhecer um pouco mais Teresa D'Eça, consultem o site da autora:

www.malhatlantica.pt/teresadeca/

 
At 12:18 da manhã, Blogger Elisa de Castro Carvalho said...

Onde é que eu já ouvi esta expressão "learn by doing"...? Ah! Teoria e Modelos de Comunicação...

 

Enviar um comentário

<< Home