sexta-feira, dezembro 03, 2004

Ensino a distância - Breve introdução histórica

A origem da palavra "tele" (de tele-ensino, assim também designado o ensino à distância) vem do grego, que significa "ao longe", ou nosso caso, "à distância".
A educação à distância não surgiu no vácuo, tem uma longa história de experiências, sucessos e fracassos. A sua origem remonta já longe, das cartas de Platão e das epístolas de São Paulo. Avançando um pouco mais no tempo, há já registos de experiências de educação por correspondência iniciadas no final do século XVIII, e com largo desenvolvimento dos meados do século XIX (chegando aos dias de hoje a utilizar meios que vão desde os impressos a simuladores on-line, em redes de computadores, avançando em direcção da comunicação instantânea de dados em formato de voz e imagem, suportada por fibras ópticas ou mesmo via satélite).
Este tipo de educação já é usado com grande repercursão em dezenas de países, desde a Rússia, onde há programas que se iniciaram em 1850, até aos Estados Unidos, passando por França, Alemanha, Inglaterra, Espanha, Costa Rica, Venezuela, Colombia, Moçambique, Angola, Nigéria, Zaire, Filipinas, Nova Zelândia, Austrália, China, entre muitos outros.
Ensino a distância - Definição

"Educação À distância (Ferstudium) é ama forma sistemáticamante organizada de auto-estudo, onde o aluno se instrui a partir do material de estudo que lhe é apresentado, onde o acompanhamento e a supervisão do sucesso do estudante são levados a cabo por um grupo de professores. Isto é possível de ser feito através da aplicação de meios que comunicação capazes de vencer longas distâncias. O oposto de educação à distância, é a educação directa, ou educação face-a-face: um tipo de educação que tem lugar com o cantacto directo entre professores e estudante". – G. Dohmem (1967)

Após esta "teórica" definição, eis alguns pontos sumarizados que marcam o ensino à distância:
Separação física entre professor e aluno,
A distância é um grande desafio, mas não é jamais a fronteira final da educação. Aquele que trabalha e não tem horários compatíveis com os rígidos horários escolares, aqueles que têm dificuldades físicas de locomução, aqueles que querem criar o seu próprio programa de estudo poderão receber na educação à distância, a saída moderna e eficiente para as suas demandas.
Utilização de meios técnicos de comunicação para unir o professor ao aluno e transmitir os conteúdos educativos,
Com o surgimento de tecnologias interactivas sofsticadas, educadores e educandos passaram a utilizar ferramantas como e-mail, Internet (nomeadamente o uso do WWW), BBS’s, audioconferência baseada em telefone e videoconferência. A realidade virtual, quando melhor desenvolvida, será muito útil para o ensino de matérias que requerem exercícios e experiências simuladas.
Previsão de uma comunicação em mão dupla, onde o estudante se beneficia de um diálogo, e possibilidade de iniciativas de dupla via, assim como permitir o máximo de interactividade
A título de exemplo, Millbank( 1994) estudou a eficiência de uma mistura de audio e vídeo para ensino colectivo. Quando ele introduziu a interactividade em tempo real, a taxa de retenção de informação por parte dos alunos passou de 20% para 75%.
Comunicação massiva
Uma vez que os cursos estejam preparados, é possível, e económicamente vantajoso utilizá-los em grande número de estudantes.
População estudantil predominantemente adulta
Uma grande quantidade de alunos, principalmente adultos, ao mesmo tempo em que têm uma enorme necessidade de prosseguir seus estudos ou de aperfeiçoar-se, por motivos variados, principalmente a falta de condições de subordinar-se à disciplina de horários e locais das escolas presenciais, não conseguem ascesso ao ensino. No caso daqueles que já têm uma profissão e estão a trabalhar em horário integral, é quase impossível compatibilizar seus horários profissionais e suas responsabilidades familiares com um novo curso. Assim, a educação a distância aparece como o único meio adequado de dar-lhes acesso a um novo saber.
O que não é ensino a distância
Há quem denomine o ensino à distância como "estudo aberto", "educação não tradicional", "estudo exetrno", etc, etc. Contudo, nenhuma dessas denominações serva para descrever com exatidão educação à distância; são termos genéricos que em certas ocasiões, incluem-na, mas não representam somente a modalidade à distância. Por exemplo : Um livro intitulado "Faça você mesmo", um texto isolado de instrução programada, uma programação insulada de rádio, não são formas de educação à distância. Esta pressupõem um um processo educativo sistemático e organizado que exige não somente a dupla via de comunicação, como também a instauração de um processo continuado, onde os meios (técnicos de comunicação) devem estar presentes na estratégia de comunicação.
Distância
Ao contrário do que muitos dizem, a educação à distância não cria a separação entre o aluno e o professor. Ela busca reduzir as distâncias que a vida criou, mas não se intimida com elas, nem lhes é submissa.
O termo "distância" que indica a separação física entre o aluno e o professor não exclui o contacto directo dos alunos entre si, ou do aluno com alguém que possa apoia-lo no processo de aprendizagem. A este tipo de contacto directo, os teóricos do ensino à distância chamaram-lhe de "presencialidade".
Haver ou não momentos de presencialidade no processo de aprendizagem, depende da estratégia usada. Em algumas destas estratégias, educadores e alunos encontram-se diáriamente para resolver problemas, receber material, etc.. Outras há em que os educadores e alunos se encontram periódicamente. Há ainda outras em que o único momento presencial é o da avaliação final, e há aqueles em que o momento presencial nunca acontece (uma situação de avaliação que, por exemplo, permita consultas de documentos de qualquer natureza, não tem porque ser presencial).
Mais informações em
http://student.dei.uc.pt/~pandrade/sf/texto.htm